Mesmo antes de confirmada a vitória de Lula eu já pensava no Dia da Posse. Eu fui na segunda posse do Lula e nas posses da Dilma, mas essa se cercava de muito mais emoção. Emoção pela vitória dele, emoção pela derrota do outro (e tudo o que ele significa), tensão pelo clima belicista instaurado pelos adversários, desabafo pelo que passei e vi outros passarem nestes últimos quatro anos.
O pessoal do PT de São Sebastião/DF alugou dois ônibus para que os/as militantes e simpatizantes pudessem fazer o deslocamento nos 20km que separam nossa cidade-satélite da Praça dos Três Poderes. O ponto de partida foi a Feira Permanente, onde em tantas manhãs de domingo a turma se encontrava, montava uma tenda e partia para um “corpo a corpo” (e muitas vezes um “máscara a máscara) com o eleitorado que ia fazer a feira desde muito cedo (esta é uma outra história a ser contada...).
Chegamos um pouco depois do meio-dia e nesse horário já não tinha mais a ilusão de poder chegar na praça dos Três Poderes para ver o Lula discursar no parlatório. Até ouvi uma policial falando para outros transeuntes que a Praça já estava fechada pois já tinha atingido a lotação. Com isso caminhamos um pouco pela Esplanada no meio daquele mar de gente de vermelho. Acabamos por procurar alguma coisa para comer porque a fome já estava batendo.
Em seguida fomos até o cercadinho (vamos resgatar também está palavra e tantas outras, como foi resgatada a Bandeira do Brasil ontem mesmo...) que dava acesso à Praça, na esperança em que abrissem para entrada de retardatários, como nós. Não tivemos sucesso, mas pelo menos descansamos um pouco à sombra de um muro improvisado.
Quando percebemos que não teríamos êxito, fomos para a frente do palco, para assistirmos a subida do Lula na rampa do Palácio do Planalto, a colocação da faixa e o discurso do nosso novo Presidente. Agora sim deu certo! Conseguimos até sentar para assistir a tudo isso confortavelmente.
Muita emoção em cada gesto, em casa palavra, em cada aceno... Pessoas ao meu redor se abraçavam, choravam, riam... Era #opovonopoder novamente!
Terminado o discurso, era hora de voltar ao ponto de encontro e nos juntarmos ao pessoal para o regresso a São Sebastião. Na caminhada de retorno estava batendo uma certa frustração, pois não tinha conseguido ver o Lula de perto. Foi aí que tive uma grande surpresa!
Senti um leve esbarrão no meu ombro, me virei rapidamente e lá estava ele, Lula!! Sim, Lula, vestido com uma camiseta tendo seu rosto estampado em verde e amarelo. Não tinha barba, nem cabelos (muito comum a quem já passou dos 70 anos, provavelmente). Me pediu desculpas e seguiu, de mãos dadas também com Lula, de vestido vermelho e óculos com lentes em estrelas vermelhas. E assim foi o restante do caminho até o ônibus... Muitos Lulas e muitas Lulas, de vários gêneros, raças, credos, cores e vestimentas. Lula estava em seu povo!
Sim, eu estava muito perto do Lula, de sorrisos e alegrias de Lulas, de emoções e energias positivas de Lulas, de camisetas vermelhas e verde-amarelas de Lulas, de bandeiras arco-íris, vermelhas e do Brasil de Lulas. Quando vi, estava eu de mãos dadas com Lula, linda, de cabelo curto, camiseta vermelha do Internacional, muitos piercings e tatuagens e que atende quando eu chamo de Amor.
Sim, todos ali tinham um pouco de Lula, carregando a esperança de um Governo que resgate seu povo da miséria, da fome, da inércia não produtiva, da ignorância, enfim, que traga dias melhores para todos e todas, sem distinção, mas principalmente para quem mais precisa.
Eu estava ali, muito perto de Lula, cercado por vários Lulas, indo me encontrar com outros Lulas. Estava eu mesmo sendo um Lula!
Feliz 2023, Lulas!