terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

VAMOS CONDENAR AS SACOLAS PLÁSTICAS?

Segundo estimativas, o consumo do País está em 210 mil toneladas de plástico filme por ano, a matéria-prima dos sacos, que representariam 10% do lixo total do País.


*Fotografia de Chris Jordan

ENTENDA O PROBLEMA

Esses sacos não são biodegradáveis e levam séculos para se decompor na natureza. Eles são feitos de cadeias moleculares inquebráveis, e no caso específico das sacolas de supermercado, a matéria-prima é o plástico-filme, produzido a partir de uma resina chamada polietileno de baixa densidade (PEBD). Abandonados em vazadouros, esses sacos plásticos impedem a passagem da água, causando entupimento da drenagem urbana e dos rios e córregos, retardando a decomposição dos materiais biodegradáveis e dificultando a compactação dos detritos, conforme André Trigueiro, pós-graduado em meio ambiente, jornalista, redator e apresentador de jornal da TV Globo. Acrescentamos aí contribuíção para a formação de zonas mortas de até 70 mil quilômetros quadrados no fundo dos oceanos e para a morte de milhares de aves, mamíferos, peixes e outros animais que confundem as sacolas plásticas com alimento.
Uma opção que está surgindo são sacolas plásticas oxibiodegradáveis, que, segundo o deputado estadual Sebastião Almeida (SP), aceleram a decomposição do material numa velocidade até cem vezes maior. Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo, a tecnologia que produz essas sacolas contamina o meio ambiente ‘de forma agressiva, em razão dos catalisadores empregados, derivados de metais pesados como níquel, cobalto e manganês’; e as partículas produzidas no processo de decomposição, quando atacadas ‘pela ação de microorganismos, irão liberar, além de gases do efeito estufa, como CO2 e metano, metais pesados e outros compostos inexistentes no plástico comum; pigmentos de tintas, utilizados nos rótulos, também se misturarão ao solo’. Já os fabricantes das sacolas usadas atualmente acrescentam que as partículas do plástico fragmentado ‘infiltram-se no solo e contaminam lençóis freáticos’. Segundo eles, há outros plásticos que poderiam ser utilizados em substituição aos atuais sacos - mas são mais caros. O laboratório de bioquímica da UFSC desenvolve bactérias, dentro de suco de abacaxi, que produzem polímeros utilizados para fazer um filme biodegradável, que leva 6 semanas para se decompor, mas sua produção ainda é 5x mais cara.
Sebastião Almeida retruca que o argumento da liberação de gases não pode ser invocado, já que o plástico comum, derivado do petróleo, também se decompõe em moléculas de carbono e hidrogênio no solo. E que o preço mais alto dos oxibiodegradáveis é compensado por suas vantagens, já que eles economizam aterro.


TOME UMA ATITUDE

Silveira publicou no blog Eu podia tá matando, que "lentamente um levante de ideias e ações em todo o planeta faz estremecer esse império plástico e já podemos vislumbrar um mundo livre do uso indiscriminado de sacos plásticos". No Brasil, uma nova campanha do MMA vai incentivar os brasileiros a praticar o consumo sustentável e reduzir o uso de sacolinhas plásticas e outras embalagens. A campanha Consumo Consciente de Embalagens, terá início dentro de um mês, com o slogan: “A escolha é sua, o planeta é nosso”. Um dos focos da campanha será a substituição de sacolinhas plásticas, usadas principalmente nos supermercados, por sacolas retornáveis, ou seja, reutilizáveis (tecido, Nylon, etc). O lançamento da campanha ocorrerá na Semana do Consumidor, entre os dias 10 e 15 de março, durante a “Exposição de Boas Práticas e Embalagens” no shopping Pátio Brasil, em Brasília. “Estão previstas amostras de novas práticas e inovações. Vamos mostrar que o consumidor tem opções, e que o mercado já oferece alternativas. O consumidor tem que saber que ele pode exigir isso das indústrias.” No Natal passado o Brasília Shopping decidiu dar um presente ao meio ambiente. Preocupado com o uso indiscriminado do plástico, que agride a natureza, o shopping lançou, no dia 10 de novembro, o “Natal com Atitude”, uma campanha para incentivar o uso de sacolas ecológicas – conhecidas mundialmente como eco bags. Bem que o Coelhinho da Páscoa podia entrar nessa também!
Tente encontrar o seu modo de "condenar" as sacolas plásticas. Não precisamos delas pra carregar tudo que compramos. Farmácias, vídeo-locadoras, bancas de revistas e outros estabelecimentos não precisariam enfiar em uma sacola plástica qualquer coisa após pagarmos, pois vários de seus produtos caberiam nos bolsos, na pochete, na bolsa, na mochila ou mesmo nas nossas próprias mãos!
Substituir sacolas plásticas pelo carrinho de supermercado do condomínio, por caixas de papelão, por sacolas de pano ou por aquela mochila que seu filho abandonou no final do ano escolar são opções ao alcance de qualquer um.
Mas para incentivar as habilidades manuais e dotes artísticos dos meus leitores, segue passo-a-passo para confecção de produtos com crochê utilizando sacolas plásticas:
O que você precisa: • sacolas plásticas • agulhas de crochê • tesoura • creme hidratante Etapas:1. Recorte as alças e o fundo da sacola. 2. Estique a sacola, desfazendo as dobras laterais. 3. Dobre uma das laterais até o centro da sacola. Dobre novamente na mesma medida. Restará uma parte sem dobrar. 4. Recorte uma tira da sacola, iniciando na parte dobrada, ultrapassando a parte sem dobra e deixando a distância aproximada de três dedos sem recortar. Repita o processo até percorrer toda a sacola. 5. Desdobre as tiras. Na primeira tira, junto à extremidade sem corte, faça um corte em diagonal em uma das faces da sacola, formando uma ponta. 6. Está pronta a primeira ponta do fio! Estique a ponta e acompanhe o fio até a parte que ainda não está cortada. 7. Recorte esta parte unindo-a com a próxima tira para formar um fio contínuo. Repita o processo até transformar toda a sacola em um grande fio. 8. Torça o fio e ao mesmo tempo enrole-o no dedo formando um novelo. 9. Está pronto o fio! Agora coloque o creme hidratante na mão oposta à da agulha e antes de puxar o fio passe a ponta da agulha no creme para impedir que o plástico agarre. 10. Agora é só usar a técnica tradicional do crochê.


MAIS DO MESMO

O Estado de São Paulo: Washington Novaes em 10/08/2007
A Farra dos Sacos Plásticos, por André Trigueiro
Uniplac - Projedo de Educação Ambiental
Soluções em Santa Catarina
Eu podia tá matando
Agência Brasil - Campanha Consumo Consciente de Embalagens

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