sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Amor é o fermento da Arte

Este poema escrevi há alguns anos, aqui em Brasília já. Momentos difíceis que vão e vem...

PELAS PEDRAS


Embalado ao som da cidade

Vou no balanço da rede

A brisa levando tua sede

A luz trazendo a verdade


Cego com a claridade

Não enxergo a tua retina

Acoado pela liberdade

Não encontro a minha menina


Sigo sozinho sofrendo

Pelas pedras eu vou tropeçando

Mas uma certeza vai crescendo

Eu continuo te amando


Me perco no sol do cerrado

Coração ardendo no peito

Procurando o caminho perfeito

Sinto que tem algo errado


Atiro pedras no lago

Sem uma rocha onde apoiar

Onde está o teu afago

Que deveria me acalmar


Sigo sozinho sofrendo

Pelas pedras eu vou tropeçando

Mas uma certeza vai crescendo

Eu continuo te amando



Semana que vem minha mãe vem de Porto Alegre e fica um mês aqui, me visitando, então aproveito para divulgar a origem do seu nome, Alceste, que, como das demais filhas de meus avós (Selene, Aglaé e Alcione) tem inspiração na mitologia.


Alceste era a mais bela das filhas do rei Pélias. Por isso foi pedida em casamento por vários reis e príncipes. Mas para não arriscar sua posição política recusando alguns desses reis e príncipes, o rei Pélias declarou que àquele que conseguisse atrelar um javali e um leão em um mesmo carro de corrida e o dirigisse em torno do estádio, seria concedida a mão de Alceste.

Ao ter conhecimento disso, Admeto, rei de Feras, invocou o deus Apolo e rogou-lhe que o ajudasse a cumprir as exigências do rei Pélias para obter a mão de Alceste. E tendo-lhe atendido o deus, conseguiu Admeto, com uma mãozinha de Héracles, atrelar os animais e dirigir o carro puxado por esses ao redor do estádio.

Tendo sucesso na empreita, Admeto fez um sacrifício à deusa Artêmis antes de se casar com Alceste. Mas não se sabe por qual razão ele omitiu esse sacrifício, o que deixou a deusa furiosa, querendo rapidamente puni-lo. Na noite de núpcias do rei, não havia uma linda esposa esperando-o, mas um gigantesco nó de serpentes.

Recorrendo novamente ao deus Apolo, Admeto conseguiu que esse interviesse com a deusa, o que acabou acontecendo, pois ele ofereceu o sacrifício esquecido. Porém, para obter sua amada de volta o rei deveria, quando chegasse a hora, sacrificar sua vida, a não ser que algum membro da família o substituísse por amor a ele, sacrifício em nome do amor.

O dia inesperado da morte de Admeto chegou mais cedo que o imaginado. Hermes (deus mensageiro) entrou em seu palácio certa noite e o intimou ao Tártaro (lugar para onde vão os mortos). Desesperado, Admeto foi atrás de seus familiares implorando para que alguém sacrificasse sua vida em seu lugar, o que ninguém se dispôs a fazer. Admeto deveria aceitar seu destino e se sacrificar por amor.

Mas o trágico e também mágico é que, por amor, Alceste tomou veneno e se sacrificou por seu amado, indo para o Tártaro em seu lugar e cumprindo a promessa feita à deusa Artêmis.

Portanto, quem se sacrifica por alguém, acaba sendo recompensado, pois o amor sempre se identifica no outro que nos completa. E Alceste completou Admeto que a tinha trazido de volta.


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